“Você me chamou pra dançar aquele dia,
mas eu nunca sei rodar,
cada vez que eu girava parecia
que a minha perna sucumbia de agonia
Em cada passo que eu dava nessa dança
ia perdendo a esperança
você sacou a minha esquizofrenia
e maneirou na conduçã
-
Tulipa Ruiz
Estava lá eu, quieta, a música de fundo me agitava por
dentro, mas assumo que meu prazer era sentar na mesa e pedir a de sempre,
tentei algumas vezes, um passo ali, passo aqui, mas essa coisa de dança não faz
parte do meu eu.
Te observei de longe me olhando, virei-me sorrindo. Sentou
na minha mesa, e usou todas aquelas cantadas decoradas, avisei-te que comigo
metades daquelas cantadas não colaria. Mas seu sorriso, sua segurança.
Chamou-me pra dançar.
- não sei dançar – neguei-me
- também não, aprenderemos juntos. - sorriu
Mentiroso! Sabia sim dançar e muito bem. E para minha
surpresa você teve toda a paciência em me ensinar, passo por passo, nos risos e
sorrisos, depois de umas 3 a 4 tentativas confesso que até que passei a gostar daquilo
tudo.
“Só sei dançar com você
Isso é o que o amor faz”
A musica tocou, cada vez que eu girava toda desajeitada você
sorria e me segurava.
Em tentativas de beijos eu me esquivava, o seu sorriso
sempre me encantava. A música acabava e voltávamos a mesa, você procurava saber
de mim, e eu de você. Sentia seus olhos me observando, pedi muito para o meu
interior não me deixar vermelha. A nossa única diferença foi à idade e admito
admiro sua maturidade, o resto até que nos combinávamos. Mesmos gostos, mesmo
jeito de pensar, e para falar a verdade você foi a única pessoa da festa que me
conduziu e acertei na dança. E de repente você joga todas as suas boas
cantadas.
Então a musica toca, meu sorriso assume estou pronta para
outra dança. Seu sorriso corresponde.
Não quis te falar, mas me chamar para dançar, essa foi sua
melhor cantada.
Erika Harumi
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