Talvez na próxima vida eu esbarre com você na rua de cima da
minha, ou numa sorveteria do bairro, na cantina da escola ou no primeiro
emprego. Talvez faça parte da minha turma de amigos, ou te encontre numa festa
qualquer. E dessa vez eu não te veria partir depois de um beijo roubado. Você
brincaria com minhas mãos sem medo de alguém chegar. Escutaríamos nossa musica
no meu fone de ouvido. Dançaríamos devagarzinho Djavan, porque dessa vez
teríamos tempo. Você não precisaria olhar seu relógio de pulso e nem pegaria
seu boné vermelho nas pressas para ir embora, porque na próxima vida eu seria
sua casa, você estaria comigo.
Não sabe a sorte que
tem, pessoas que encontram o amor na mesma rua. Onde não sofrem com a
distancia. Que encontram um amor leve, e não sofrem a desorganização que ambos
deixaram antes do amor tomar posse do lugar. Então preciso esperar a próxima
vida para sermos um. Porque nessa vida, há amor, já desarrumamos, mentimos,
sofremos, caímos e levantamos juntos e separados diversas vezes. Não que já
perdi as esperanças dessa vida, mas acredito que nossa história agora por mais
intensa que foi não vale a pena ser construída. Não é medo de barreiras, é
cansaço. Cansa tentar te mostrar o quanto aceito tudo que vem de você. E você
nunca podia não dessa vez. E mais uma vez esperava sentada você chegar para me
buscar. Cansei de ser lembrada só a noite antes de você dormir ou quando enfim
havia uma possibilidade de te esquecer, você ressurgia de algum canto, algum
cheiro, algum modo que sempre me fazia lembrar. E te ter e não ter você cansa.
Que lindo! Fiquei emocionada!
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